quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

PARA MINHA AMIGA JOANA

Existem almas parecidas
Existem almas únicas
Existem almas conjugadas
E omissas de si mesmas
A tua é livre
Voa ao sabor de vendo
Amadurece na boca do tempo!
A tua... hum...uma delicia de leveza
Delicada e pura.
Calma não emudece agora!
De almas parecidas, mesmo com nossas conversas findas
Nos encontramos!
E não é que logo, nos entrelaçamos?
Essa tal de aparência, num instante enlaça a afinidade
E transforma todos os sorrisos em felicidade.

Larete, 28/01/2010.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Acordei cheia de escrivinhações hoje! Mas fazer o que não é??

De todos, é sempre você que sobra
De todos, é sempre para você que volto
De todos, é sempre para você que recorro
Não por ser ultima opção
Mas por ser sempre a primeira
Não por hoje estarmos velho
Mas por todo o velho tempo
Não por hoje ser amor
Mas por todo o amor
Do passado e do presente
Em termos, conosco não termo
Ou pelo menos quase nunca teve
E quem entende
O que não pode ser dito?
E quem entende a colheita do fruto invisível?
E quem entende, que de invisível, é só o que
Não posso te dizer
Não quero te falar
Invisível? Não mais!
Lara 21 de janeiro de 2010

MUDA

Das mudanças todas novas
Das novas mudanças
Todas tenras e suculentas
Todas misturadas e molhas
De todas....
A que mais gosto é você!
Não por ser você, mas por ser eu a mudança
Sou eu que muda
Muda leve, muda fácil, muda agreste
Sou quem muda e emudece
Sou quem cresce e aparece
Sou eu quem te da e quem te tira!
De todo o medo, e afeto
Sou eu quem muda,
Muda, a muda, muda cresce
Sou, eu quem muda!

Lara, 21 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Bibliografias Entrelaçadas

E eles eram assim, tão diferentes um do outro. Ela, menininha rica, filha de uma aristocracia em decadência, de pais intelectuais, que sempre fora ensinada a não questionar, a se cobrir e a associar a beleza a algo distante dela, como se o bonito e o inteligente fossem completamente antagônicos!
Ele apesar de ter dinheiro, carregava a vida, não a levava, nem se deixava ser levado. Era o típico BOM VIVAN! Ela o achava tão desinteressante, aculturado, feio... A inteligência sempre lhe fora um afrodisíaco, apesar de não possuir experiências anteriores...
E ele? Ah... Ele. A achava chata tinha medo ela lhe era tão distante, fria poderosa, passava a idéia de auto-suficiente e liberta uma mulher, era acostumado com meninas.
Mas numa noite dessas como que por acaso os dois se encontraram, conversam, e percebem que apesar de não possuírem muito em comum, possuíam o mundo comum. O mundo, de se resguardarem cada um a sua maneira, do que acontecia a sua volta. Ela reclamava da solidão, de não ser olhada e desejada, e ele de não ser levado a sério... Tão diametralmente opostos, mas ali naquele momento pareciam certo, pareciam caber um na forma do outro, mesmo que por apenas aquela noite.
E as noites se passaram, e foram passando meses. Ambos tinham certeza de estarem usando o outro: ele para se fortalecer de um sofrimento; ela, para se sentir desejada. Tolos. Quanto mais se julgavam distantes mais perto estavam de se tornarem um.
E a saudade ia sempre apertando mais e mais, os corpos sempre latentes a cada vez que se encontravam...
E numa noite dessas, onde as mãos percorriam os corpos vestidos, decidiram, assim sem a cabeça, apenas com o desejo, que era a hora. A HRA. A hora de se saciarem, de colocar fim aquela aflição noturna que perdurava há vários meses, e que depois de cada encontro era realizada por eles sozinhos... No escuro de seus quartos, com suas próprias e insólitas fantasias de como tornar aquilo realidade.
Mas voltando àquela noite, que tinha cheiro de pecado e um ar doce, como aqueles que só um bom veneno tem, iriam se envenenar para sempre um do outro. Ali, sentados no saguão do hotel onde costumazmente se encontravam para partilhar a vida. As mãos dele, desejosas, foram descendo o colo dela e descobrindo o mamilo, tão róseo que contrastava tanto com a pele branca e ofegante... A moça não o impediu... Mas ali, naquele lugar, não poderia... Entreolharam-se, sabiam que era chegada a hora, só faltava o lugar... O lugar... E como que por milagre, eles acham a escada de incêndio. Subiram até o terceiro andar, e ali naquela excitação, foram se despindo selvagemente, e ela que nunca tivera ninguém estava tão ofegante e determinada que não disse nada ao moço. E deixou que ele a tocasse como quem toca a um instrumento bastante raro, mas que o ritmo da música exigisse uma certa violência romântica. Em segundos estavam nus. A moça, não pode deixar de notar na tatuagem dele, tão viril, e o corpo tão lindo, que na meia luz, lhe parecia tão bem feito... Retraiu-se, lembrou que se achava feia.
Contudo, o moço tão experiente notou; disse-lhe umas palavras inebriantes, ao pé do ouvido. A moça tinha deixado levar-se novamente. Naquela noite, deixou de ser poderosa, o maestro era ele. Era o que ela queria há tato tempo... Queria tanto alguém que lhe tomasse com tamanha vontade que a fizesse gemer, de dor e prazer... E era tanto prazer e tanta satisfação por aquele momento ter-se realizado, que não perceberam um leve abrir da porta...
Era tão mágico, porque nunca tinha se deixado levar? Pensou ela! E a resposta veio dele, nunca pensei que seria seu primeiro homem, você é tão livre e forte que a julguei tão experiente: mas ela, tão enlouquecida pelo prazer proporcionado lhe disse as palavras, que aquele moço, tão experiente queria ouvir: ESTAVA ESPERANDO POR VOCÊ!
Ao final, ele olha para porta e a vê entreaberta, mas nada que desse para vê-lo ali, em plena entrega. Ele põe a mão na boca dela, para abafar seu desabafo deleitoso. Todos daquele andar poderiam ter ouvido aquele momento. E ela, olha para ele e diz como que entendendo a aflição de pronuncia: “com você seria capaz de acordar todo o andar”. Ele feliz, por ter conseguido despertar a mulher dentro da menina, lhe dá a mão, e recomeça a amá-la docemente. Finalmente se conheciam por inteiro, se amavam por inteiro, e perderam o medo. Descobriram que nunca se usaram, mas foram usados pela vida. As suas biografias estavam entrelaçadas.
Larete, 24 de setembro de 2006.